DIVINO CRIADOR OLORUM
A unidade religiosa da Umbanda está em Olorum, o Divino Criador, Deus princípio de tudo. A palavra Olorum é de origem yorubá, é uma contração de Olodumaré ( Senhor do Destino ).
Olo significa senhor e Orum o além, o céu. Olorum é o Senhor
Do Céu, infinito em Si mesmo, onisciente, onipotente, onipresente, oniquerente e indivisível. Ele é em Si toda a criação e rege tudo no Universo. Deus é UM, sempre foi e sempre será, mas muitos são os nomes pelos quais Ele é conhecido. Os nomes usados por diferentes povos e religiões referem-se simplesmente aos diversos caminhos por meio dos quais Deus manifesta a Si mesmo na Criação, para cada povo com sua cultura específica.
Deus não tem um início; é princípio, meio e fim; é o Criador, o Gerador de tudo o que existe e está tanto na Sua criação como nas criaturas e nos seres que gera. Deus é vida, é o mistério , que anima e fornece os meios ideais para que nos multipliquemos em nossos filhos, que também trazem em si a capacidade de se reproduzir, pois são gerados em um meio vivo. Olorum Senhor Supremo do Destino, é infinito em tudo e também o é nas Suas Divindades, os Sagrados Orixás. Ele as gerou em Si e elas complementam-se umas às outras na sustentação da criação divina e na manutenção dos princípios que a regem, manifestando-se através dos sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração.
Os orixás são mistérios individualizados do Divino Criador, são Divindades, Tronos Sagrados distribuídos por toda Sua criação, são manifestações das qualidades divinas. Olorum é o todo e Suas Divindades são as partes formadas por esse todo
Cada divindade atua num campo só seu e em momento algum elas se chocam. Adorar as divindades significa adorar as qualidades de Deus. A magnitude, a grandeza infinita de Olorum, nos agracia e contempla com Suas divindades, pelas quais podemos perceber o quanto o Divino Criador é infinito em Si mesmo.
Portanto a Umbanda não é politeísta e os orixás não são deuses. Eles são divindades de Deus, são irradiações divinas que amparam os seres até que evoluam, desenvolvendo seus dons naturais , para alcançar seus fins em Deus. Deus se manifesta e se irradia em todos os níveis onde vivem os seres e as criaturas, através do Setenário Sagrado, os sete sentidos da vida, pelos quais fluem as essências divinas ( cristalina, mineral, vegetal, ígnea, aérea, telúrica e aquática ) que chegam até nós pelas vibrações mentais, sonoras, energéticas e magnéticas.
Olorum nos gerou em Seu íntimo e nos exteriorizou como Seus filhos humanos. Dotados com Sua programação genética humana, para que, através da nossa vivência, encontremos nossa forma pessoal de evolução e ascensão, pois só assim nos tornaremos em nós mesmos as Divindades humanas de Deus, o nosso Divino Criador.
Nós Vos louvamos e Vos agradecemos. Divino Criador Olorum !
Explanação sobre Pai Olorum e a doutrina
Olorum, nosso Deus, está muito acima de nossa compreensão. Ele é infinito em todos os sentidos e inefável, pois não pode se expressado ou explicado por palavras. Dar um nome a Deus é limitá-lo, pois um nome,por si só já é uma visão parcial. Aquele que transcende o entendimento comum está acima de adjetivos e nomenclaturas.
A Umbanda é uma religião espiritual, espiritualizadora e magística, cujo maior fundamento é a crença na existência de um Deus único, nosso Divino Criador, Olorum, o grande mistério. Olorum é o Criador do Universo, é o próprio princípio criador em eterno movimento. É o princípio de tudo e está em tudo o que criou.
Todas as religiões, mais ou menos elaboradas, apontam para um Criador Supremo e anterior às divindades criadas por Ele e distribuídas por toda a criação. Para nós, umbandistas, Olorum é Deus e é o princípio de tudo. Para as religiões judaica e cristã o nome de Deus é Iavé ou Jeová.
Olorum é, em Si mesmo, os princípios masculino e feminino indiferenciados porque Sua natureza divina é impenetrável, una, indivisível, indissociável. No ocidente, costumamos chamá-lo de Pai e Mãe ao mesmo tempo e muito mais.
Olorum, o Senhor do Destino, gerou em Si seus mistérios, individualizados nas divindades, os orixás, que são Tronos Sagrados distribuídos por toda sua Criação. Cada divindade é em si mesma a manifestação de uma qualidade divina, de aspecto de Deus e é , em si mesma, essa qualidade. Se em um nível da criação tudo é Uno e Olorum é a unidade original, após esse nível o que é uno começa a nos mostrar a dualidade macho-fêmea, ativo-passivo, irradiante-concentrador, positivo-negativo, etc.
Como exemplo da unidade de Olorum, individualizada nos seus orixás, temos:
- Oxalá, mistério da fé, qualidade congregadora, oniquerência de Olorum.
- Ogum, mistério da ordenação, a onipotência de Olorum.
- Oxossi, mistério do conhecimento, qualidade expansora, a oniciência de Olorum.
- Xangô, mistério da justiça, qualidade equilibradora de Olorum.
- Oxum, mistério do amor, qualidade conceptiva de Olorum
- Obá, mistério do conhecimento, qualidade concentradora de Olorum.
- Iansã, mistério da Lei, qualidade direcionadora de Olorum.
- Oxumaré, ( orixá masc.) mistério do amor, qualidade diluidora e renovadora de Olorum.
- Obaluaiê, mistério da evolução, qualidade evolucionista de Olorum.
- Omolu, mistério da vida, qualidade estabilizadora de Olorum.
- Iemanjá, mistério da vida, qualidade geradora criativista de Olorum.
- Nanã Buruquê, mistério da evolução qualidade racionalizadora de Olorum.
- Oyá Tempo, mistério da religiosidade, qualidade condutora de Olorum.
- Egunitá ( orixá feminino do fogo ), mistério da justiça, qualidade purificadora de Olorum.
- Guardião, qualidade vitalizadora de Olorum.
- Dama, qualidade estimuladora de Olorum.
Olorum está em todas as Suas divindades e em cada uma delas encontramos Sua presença e cada uma delas pode nos conduzir à Ele, pois cada orixá é uma via, um caminho, até o Divino Criador. Nós , umbandistas, devemos centrar nossa religiosidade, nossas preces, clamores e votos, nos sagrados orixás, assim como o cristão e o budista dirigem-se a Jesus ou a Buda. Não somos idólatras nem politeístas e não procedemos de forma diferente de outras religiões, pois cultuamos Deus Olorum.
Nossa origem e destino está em Deus, pois somos centelhas emanadas Dele. Em nossa jornada evolutiva desenvolvemos o instinto, a intuição, os sentidos, a consciência e o livre-arbítrio, para que retornemos a Ele de forma consciente. O poder de realização de Deus em nós, e por nós, também é ilimitado. O único limite é limite humano de cada um, que pode ser ampliado com sua evolução e ascensão. A nós compete, em nossa caminhada evolutiva, equilibrar essa herança divina e desenvolve-la, ampliando o poder de realização Divina em nossas vidas.
Não podemos penetrar na essência do Principío Criador, mas podemos senti-la pulsando em nós mesmos, por intermédio do verdadeiro amor ao Criador. Quem O ama de verdade, não O ofende com a ignorância a respeito de Sua natureza. Não importa como O cultuamos, mas importa realmente que O amemos e respeitemos como parte de Sua criação, do Seu todo.
Irmão umbandista, não se sinta inferiorizado porque o nome de seu Deus é Olorum. Ame-O com todo seu amor; cultue-O com toda a sua fé; louve-O com todo seu ardor; respeite-O com toda a sua reverência; ensine-O aos mais novos com todo o seu saber; manifeste-O no seu virtuosismo porque todas as virtudes derivam Dele.